Novo Toyota Corolla 2015

Novo Toyota Corolla 2015

Em marketing existe um termo que é quase um mantra: “valor percebido pelo cliente”. Segundo o Wikipedia, isso significa que “o valor de um produto é a expectativa do consumidor quanto aos seus benefícios em relação à quantia real paga pelo produto”. Em linguagem comum, quanto achamos que vale um produto, independentemente se o lucro será de 1%, 10% ou 1000%. E aí está o grande tempero da economia de mercado. Quem consegue ter um produto ou serviço cujo valor percebido é imenso está no céu. Exemplo clássico é o iPhone que, dizem, custa R$ 100 para ser produzido e é tem seu preço multiplicado várias vezes, não importa o país.

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De certa forma, o Corolla 2015 é um desses produtos cuja percepção de valor é bem maior que a média de seus concorrentes. Sobretudo no Brasil. Carro “popular” nos EUA, onde custa cerca de R$ 30 mil, o sedã aqui tem aura de automóvel de status e a Toyota, com a 11ª geração, quer ir além e transformá-lo num “sedã médio plus”, como disse Frank Gundlach, diretor de pós-venda da marca aos jornalistas presentes no evento de lançamento.

Por essa razão, uma versão intermediária do Corolla 2015 pode valer R$ 80 mil, como informamos em primeira mão na segunda-feira. Ou R$ 93.700 se o cliente levar para casa o Corolla Altis com pintura perolizada.

Novo Toyota Corolla 2015

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Mas isso significa que um Corolla 2015 topo de linha, como “sedã médio plus”, tem “um plus a mais”? Não. O modelo não traz ar-condicionado de zona dupla nem teto solar. O Sentra SL, que custa R$ 73.500, possui os dois. Também não oferece um controle de estabilidade ou de tração para aumentar a segurança no dia a dia. Muito menos suspensão traseira independente, como o rival Civic. Mas tem câmera de ré, coisa que um Mercedes-Benz CLA não tem e custa ainda assim R$ 150 mil.

É, meus caros, estamos vivendo a era do “menos é mais”, mas não se trata de um mandamento minimalista. Pelo contrário. Quanto mais “premium” a marca, menos coisas o carro trará. Quem não tem o tal valor percebido, aí sim, precisa encher seu produto de badulaques. Vide os chineses ou franceses.

O presidente da BMW no Brasil, Arturo Piñero, definiu primorosamente o termo “premium”, em entrevista recente: “é um carro com dirigibilidade premium”. Quer dizer, você paga bem mais para ter uma experiência diferenciada, no caso dos alemães, não importando se seu carro tem menos potência que o próprio Corolla ou que até um J2 lhe ajude a estacionar e o Série 3 não.

Lógica perversa

Mas e o novo Corolla? Esse vai bem. Surpreendentemente, a Toyota botou o terno e o sapato no armário e calçou um tênis e camiseta na nova geração. O Corolla sempre foi um carro fácil de dirigir, confortável, silencioso, confiável e insosso. De tão previsível e correto, chegava a irritar. Eis aí a receita de seu sucesso, acredito: ser o carro para quem não liga para ter carro.

Mas agora não vai ter jeito. Mesmo aquele pacato proprietário do Corolla, que não pode passar sustos por causa do marcapasso, vai ver o coração bater mais forte. A razão é que o bom motor 2.0 ganhou um parceiro à altura, o câmbio CVT. Seria lindo se fosse uma transmissão de dupla embreagem, mas o CVT, batizado de Multidrive, dá conta do recado com tranquilidade. Com isso, acelerar e retomar velocidade passaram a ser experiências mais gratificantes. Até o volante e a direção mudaram. Em vez daquela direção sonolenta e fininha agora um volante encorpado e um sistema mais direto, que lembra o Civic.

Como o Corolla 2015 está maior (10 cm a mais de entreeixos e 8 cm a mais de largura e comprimento), o sedã está mais no chão, ajudado pela suspensão bem ajustada (embora de eixo de torção). O melhor é que o carro continua mantendo o conforto e o silêncio a bordo – experimente abrir e fechar os vidros para perceber o cuidado com o isolamento acústico.

O novo Corolla veste melhor que antes e está bonito como nunca. Talvez mais até que o Corolla 2002 que tanto sucesso fez. A Toyota foi feliz em criar um design próprio, que não se confunde com seus rivais.

Novo Toyota Corolla 2015

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“Então, se eu tenho R$ 80 mil no bolso e acho que o Corolla vale isso posso comprar?”. Bem, melhor dar uma olhada no interior. Se o visual externo é bacana, o interior ficou um tanto perdido. A Toyota saiu do lugar comum e isso é bom, mas parece ter errado na dose. Esperava ver um painel envolvente que combinasse com o exterior, mas em vez disso ela optou por um conjunto de linhas horizontais que mistura diversos tipos de acabamento: há plástico pintados de prata, imitação de fibra de carbono e couro costurado que parecem não conversar entre si.

Também reparei em linhas retas que terminam abruptamente e falhas no acabamento, estas que podem sumir conforme o carro vá sendo aprimorado na linha de montagem. Mas são os itens de série que deixaram uma pontinha de decepção.

Exceto pelos airbags de série, cinco nas versões GLi e XEi, e sete na Altis, o Corolla pouco trouxe de novidade e parte disso é exclusiva do Altis. A central multimídia é legal, tem até TV, mas sua tela de 6,1 polegadas é pequena. O ar-condicionado, digital no XEi e Altis, só tem uma zona de atuação. Partida por botão? Só no Altis, assim como a abertura das portas por proximidade, coisa que a minivan Livina tem.

As famosas luzes diurnas de LEDs, que encantam hoje os fãs de carros, só estão disponíveis no Altis também. Mas os antigos donos de Corolla vão matar a saudade dos controles dos retrovisores, dos botões de acionamento dos vidros elétricos e até do reloginho digital (olha ele ali embaixo), os mesmos desde o Corolla 2002. Para um “sedã médio plus”, não seria mal ver o Corolla com um sistema “Park Assist”, aplicativos conectados ao celular, ajuste de calibragem da suspensão, motor turbo com injeção direta, alerta de mudança de faixa e por aí vai.

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Em suma, assim como o que manda é o “valor percebido pelo cliente”, também existe o ditado que time que se ganha não se mexe. Nesse caso, até se mexe, mas só o mínimo necessário.

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