Ford Ka no Latin NCAP 2011

Ford Ka no Latin NCAP 2011

Em 2010, 9 mil pessoas morreram em acidentes de carro no Brasil. No mesmo ano, 12.400 americanos perderam a vida nas mesmas condições. O problema é que a frota de veículos nos Estados Unidos é cinco vezes maior que a nossa. Ou seja, morrem quatro vezes mais brasileiros no trânsito que americanos.

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É só uma das constatações de um longo artigo da Associated Press publicado pelo site Huffington Post, dos EUA, analisando a situação dos carros brasileiros. Para ele, “os carros brasileiros são comprovadamente letais”.

A matéria se baseia nos crash-testes executados pelo Latin NCAP nos últimos anos que mostraram que os carros brasileiros de entrada feitos por aqui têm estrutura frágil e poucos itens de segurança. E atesta que as mortes estão crescendo, em contraste com a queda nos países desenvolvidos.

A resposta de algumas marcas consultadas pelo site é sempre a mesma: obedecem a lei brasileira. Algumas, como a Nissan, ainda disseram que o padrão de teste feito pelos NCAP foram diferentes como no caso do March, que no Brasil teve duas estrelas e na Europa, quatro. A afirmação foi contestada pelo diretor técnico do Global NCAP, que confirmou que o padrão é o mesmo.

Margem maior

A fragilidade dos carros brasileiros contrasta também com a margem de lucro que as montadoras instaladas têm em nosso mercado. Segundo a consultoria IHS, a margem de lucro global das montadoras é de 5% enquanto nos Estados Unidos é de apenas 3%. Já no Brasil, essa margem é de 10%.

E é um mercado que só tem a crescer, como diz a matéria. Nos EUA, já há um carro para cada habitante e aqui são sete pessoas para cada carro. Mais de 40 milhões de pessoas migraram para a classe média, o que torna o potencial de mercado enorme.

O artigo do Huffington Post também lembra que essas empresas aproveitam a legislação deficiente para lucrar e que a prática se repete em países como Índia, Rússia e China. “Airbags e ABS, por exemplo, só serão obrigatórios em 2014”, explica. Mas também reconhece que os custos são altos: “só o gasto com eletricidade equivale a 20% do custo do veículo”.

O site conseguiu entrevistar um engenheiro que hoje é fornecedor das montadoras, mas trabalhou por 30 anos em uma delas. Sob condição de anonimato, ele explicou onde as fabricantes economizam dinheiro e, ao mesmo tempo, expõem seus clientes a riscos maiores que em mercados desenvolvidos: “o segredo está na carroceria, são os pontos de solda”, diz ele.

Ele desenhou dois modelos para exemplificar: “Digamos que esse seja um modelo alemão. É muito sofisticado, nada está faltando”. E mostra o modelo nacional cheio de traços de tinta incompletos: “a versão brasileira tem a mesma aparência do lado de fora, mas estão faltando várias peças. O que interessa é a forma no exterior, o que está dentro ninguém vê”, conclui.

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Para o diretor geral da FIA, que comanda o Global NCAP, a situação do Brasil não é surpreendente: “vimos isso nos EUA na década de 60 e na Europa nos anos 90. A indústria automobilística só  melhora seus produtos quando é pressionada. É uma coisa enlouquecedora”.

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