Renault Twizy: de volta aos primórdios do automóvel

Para vocês verem como a função original do automóvel foi distorcida com o tempo. Hoje em dia, os chamarizes dos modelos mais desejados são “status”, “teto solar panorâmico”, “faróis de LEDs”, “pintura branca”, “visual off-road” e por aí vai. Nenhum deles visto de maneira racional – até o LEDs, que têm função de segurança, acabam na lista mais para diferenciar seu carro dos outros.

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O mote do carro gira sempre em torno da “liberdade”, mas o que temos na realidade é uma prisão chamada trânsito e aí o que as marcas vendem? Conectividade por smartphones, blindagens
(em alguns casos), sistemas de GPS para encontrar caminhos alternativos, etc. Tudo isso porque não abrirmos mão de certos confortos como ar-condicionado, vidros elétricos, direção assistida e motores com torque elevado para sair à toda dos semáforos e evitar que algum motorista “abusado” resolva dar seta para entrar na sua frente…

Pois quando andamos num veículo como o Twizy, da Renault, reencontramos a função básica do automóvel: ir de um ponto a outro com rapidez e praticidade. Para quem ainda não conhece o modelo, trata-se de um quadriciclo elétrico, mas que não se encaixa exatamente nessa definição. Para mim, é um carro, sim, com bitola estreita e dois lugares, um atrás do outro. Guia-se como um automóvel qualquer. O volante é idêntico, mas sem assistência, pedal de freio e acelerador também, e câmbio automático com apenas três posições – Drive, Ré e Neutro. Há cinto de três pontos mais um vertical para segurar o motorista em choques laterais e até airbag frontal.

Sem as portas, o Twizy não é a coisa mais bonita do mundo

Você procura por conforto? Então, o Twizy não é para você. O cockpit é aberto e o máximo de isolamento do exterior ocorre quando as portas removíveis estão instaladas, mas sem vidros. O banco é simplório e uma viagem mais longa vai cansar. Sistema de som? Só se for do carro do lado. Não há descansa braço nem ar-condicionado – se estiver frio é melhor aceitar o eterno conselho das mamães e ir agasalhado.

Parece ruim, mas o Twizy faz a gente lembrar do tal mote da liberdade. Com 2,76 m² de área, o carrinho cabe em qualquer canto, o motor elétrico tem força suficiente para levá-lo a 80 km/h e sua estabilidade é impressionante graças ao centro de gravidade baixíssimo. Até o passageiro vai, de certa forma, tranquilo atrás desde que o motorista não seja muito alto.

O painel é simples, mas bem parecido com o de um automóvel comum

O melhor é gastar uma merreca para recarregá-lo. São apenas 3 horas numa tomada 220 V e 100 km de autonomia para rodar. A Renault não disse quanto consome o Twizy, mas seu irmão bem maior, o Fluence Z.E, roda cerca de 17 km com apenas R$ 1. Ou seja, o pequenino certamente vai bem mais longe com esse valor.

Mundo perfeito? Não. O Twizy ficará preso no trânsito como qualquer outro carro afinal não dá para imaginá-lo encontrando espaço entre outros veículos maiores como as motos fazem. O preço por aqui seria impublicável. Se na Europa custa cerca de 7 mil euros aqui não sairia por menos de R$ 50 mil com os atuais impostos. Mas basta imaginar uma cidade cheia de carrinhos urbanos como esse para ver menos congestionamento e poluição no ar. Ao menos para ir e vir do trabalho. No fim de semana, o grande, confortável e poluidor utilitário esportivo ainda deve ser a melhor pedida para a família ir ao shopping ou ao supermercado.

Não é uma moto, mas cabe em qualquer lugar