Carros em pátio de porto: visão do futuro?

Fernando Calmon – MERCADO VAI MELHORAR, APESAR DO INÍCIO FRACO – O primeiro mês do ano apontou números fracos em vendas internas de automóveis e comerciais leves e pesados: 126.500 unidades. Em relação a janeiro de 2021 a queda foi 26,1% explicada por uma combinação de fatores que vão além da sazonalidade observada normalmente. A dificuldade mundial na cadeia de suprimentos e o avanço da variante Ômicron da Covid-19 voltaram a afetar também mercados no exterior com quedas da ordem de 20% na França, Itália e Coreia do Sul. A produção caiu um pouco mais (27,4%), enquanto exportações apresentaram leve alta de 6,6%.

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No Brasil, especificamente, houve outros acontecimentos como chuvas acima da média e alagamentos em diversas cidades. Também ocorreram pequenos atrasos nos emplacamentos com a consolidação do Renave (Registro Nacional de Veículos em Estoque). Esse sistema, aperfeiçoado pela nova Secretaria Nacional de Trânsito (antigo Denatran), torna mais seguras as transações em concessionárias e lojas independentes. Agora em fevereiro está normalizado.

Estoques totais nas fábricas e concessionárias continuam baixos (apenas 17 dias) e assim levam também a adiamento da decisão de compra por falta de modelos específicos. O principal fator inibidor do crescimento das vendas continua sendo a escalada das taxas de juros, na faixa de 27% ao ano, semelhante ao nível de janeiro de 2016. Trata-se de um remédio amargo, porém incontornável para controle da inflação.

Os preços dos veículos tiveram trajetória de alta em 2021 e isso significa fator inibidor de vendas. Entretanto, tanto Anfavea quanto Fenabrave mantêm suas previsões de crescimento este ano frente a 2021: mais 8,5% e mais 4,6%, respectivamente. A Fenauto, que reúne lojistas independentes de todo o País no mercado de veículos seminovos e usados, também reportou queda nas vendas de 29% na comparação com janeiro do ano passado. Porém, mantém cautela com viés otimista para 2022, sem arriscar uma previsão.

A pandemia continua a afetar o crescimento econômico do País. Em 2021 o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu em torno de 4,5% sobre 2020 porque a base comparativa era muito baixa. Este ano as primeiras projeções de economistas apontam para crescimento de apenas 0,5%, o que realmente não ajuda a vender mais automóveis e comerciais leves.

No entanto, três fatores indicam que 2022 terá vendas de razoáveis a boas. As pessoas não puderam viajar de férias ou a lazer em 2020 e 2021 e vêm redirecionando a economia forçada para trocar de carro. Esse comportamento ainda mostrará reflexos positivos este ano.

Aplicativos de mobilidade em cidades grandes estão menos competitivos em preço e as queixas sobre cancelamentos e demora para atender as chamadas aumentaram.

E, por fim, há maneiras indiretas, se necessário, de comprimir a rentabilidade sobre as vendas das fabricantes de veículos sem mudar os preços sugeridos. Isso acontece com planos de financiamento especiais que incluem carência para o início de pagamento e juros um pouco menores. Um desconto disfarçado para estimular o consumidor, além dos bônus tradicionais. Cerca de 60% das vendas no Brasil são financiadas.

Por tudo isso, crescimento de até 10% sobre o ano passado, mais do que provável, é factível.

ALTA RODA

  • SÃO PAULO MOTOR EXPERIENCE, de 6 a 14 de agosto próximos, será o evento que substituirá o Salão do Automóvel tradicional, cuja primeira edição foi em 1960. Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, “está fora de cogitação a volta às exposições estáticas em grandes estandes”. Ainda em fevereiro a RX Brazil (mais conhecida como Reed Alcântara) anunciará os pormenores. O local é o autódromo de Interlagos com foco em testes abertos aos visitantes em diferentes traçados, inclusive para carros elétricos. Há rumores de adesão de algumas fabricantes, mas ainda não se sabe quais.
  • FIAT STRADA manteve em janeiro sua posição de veículo leve mais vendido, como já ocorria desde o ano passado. É a primeira picape a conseguir esse feito. A Fiat mostra confiança no sucesso do produto com a oferta do câmbio automático CVT de sete marchas, que responde por cerca de 20% das vendas com tendência de alta. Versão de cabine dupla Ranch tem comportamento ágil, mesmo perdendo cerca de 3% de potência e torque para se enquadrar nas regras do Proconve PL7. Agora são 98 cv (G)/107 (E). O modo Sport torna o motor mais responsivo e é particularmente útil quando a picape está carregada. Permanece o controle de tração acionado por botão para trechos de terra não tão desafiadores.
  • BATERIAS de estado sólido podem consolidar os carros elétricos, sem as limitações atuais, embora em prazo ainda indefinido. As baterias de íons de lítio têm melhorado, mas a produção em alta escala traz desafios desde a mineração dos metais até os custos que não caem no ritmo esperado. Pelo contrário, a maior fabricante atual, a chinesa CATL, aumentou os preços em 20%. Há outra dificuldade e mais bizarra: falta de engenheiros suficientes, no mundo todo, para ampliar pesquisa e desenvolvimento.

Fernando Calmon

[email protected] e www.fernandocalmon.com.br

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Fernando Calmon: Mercado vai melhorar, apesar do início fraco