Chevy não, Chevrolet

Apesar de ter conseguido sair da concordata e estar em recuperação, a General Motors ainda tem seus surtos de ignorância em Detroit. Vejam essa agora. O jornal New York Times vazou um comunicado interno da montadora em que ela pede aos funcionários e concessionários que parem de usar o apelido “Chevy” quando se referirem a Chevrolet.

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O comunicado foi assinado por dois executivos importantes da área de vendas e de marketing que explicam que o ideal é usar o nome inteiro da marca. Segundo o jornal, eles até comparam outras marcas famosas como Coca-Cola e Apple para justificar a importância da marca na imagem da empresa.

O que o jornal achou curioso é que a GM confundiu o caso da Coca-Cola citando que a marca é mais conhecida lá por “Coke” que é a mesma situação do apelido “Chevy”.

Para nós, brasileiros, o nome Chevy tem pouca importância, mas na cultura americana é um dos termos mais famosos. Várias músicas foram criadas usando o termo, por exemplo. O jornal até cita a famosa canção “American Pie”, de Don McLean, no início do texto: “So bye-bye, miss american pie. Drove my chevy to the levee, but the levee was dry”.

A montadora tem um problema quase exclusivo. A própria empresa usou por muito tempo os nomes “GM” e “Chevrolet” para defini-la enquanto suas rivais têm apenas um nome para a montadora e a marca – a Daimler é uma das poucas exceções, mas 99% das pessoas a conhecem como Mercedes-Benz. Internamente, a GM já decidiu que o nome “Chevrolet” deveria ser usado em todos os seus materiais, inclusive no Brasil, para reforçar a marca.

Agora, matar um termo que é tão famoso assim e que carrega a história da marca em seus bons tempos é uma atitude insana. Querem apostar que a GM vai desmentir seus funcionários em breve?

Atualizado às 14h38 – não dissemos que a GM iria dizer que não disse? Agora a pouco, a montadora emitiu a nota nos EUA explicando melhor o que quis com o tal comunicado. Ela nega que deixará de reconhecer o apelido, apenas que mundialmente chamará a marca de Chevrolet em todos os seus materiais. Mas quem disse que o apelido tem de constar de informações oficiais? Enfim, bastava um texto original mais claro, pedindo para evitar o uso de “Chevy” dentro da empresa, mas reconhecendo sua importância para a companhia. Veja a tradução do comunicado:

“O debate emocional de hoje sobre um comunicado redigido sobre a nossa utilização da marca Chevrolet é um bom lembrete de como as pessoas se sentem apaixonadamente sobre a marca. É uma paixão que partilhamos também.

Nós amamos o apelido Chevy. De nenhuma maneira estamos desencorajando os clientes ou os fãs a usarem este nome. Agradecemos profundamente as ligações emocionais que milhões de pessoas têm com a Chevrolet e seus produtos.

Nos mercados globais, estabelecemos uma presença significativa com o nome Chevrolet, e a necessidade de avançar na direção de uma marca consistente para fins publicitários e de marketing. A nota em questão foi um passo nesse processo.

Nós esperamos que as pessoas ao redor do mundo continuem a se apaixonar por Chevrolet e sorrir quando chamam o seu carro favorito, caminhão ou crossover de ‘Chevy’.”