Posto de troca da Better Place: ideia boa só no papel

Posto de troca da Better Place: ideia boa só no papel

Fernando Calmon – Durou apenas seis anos (2007 a 2013) uma das experiências que não deram certo para tornar o carro elétrico a bateria uma real alternativa aos veículos convencionais movidos por motores térmicos e combustível líquido. O israelense Shai Agassi fundou a Better Place (em tradução livre, Lugar Melhor) na Califórnia (EUA), mas sempre foi administrada de sua terra natal. A ideia era construir uma rede de postos de troca rápida de baterias e sua posterior recarga. Isso resolveria, em tese, alguns dos maiores obstáculos à aceitação dos elétricos: tempo de recarga da bateria e autonomia.

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A partir de uma primeira experiência em Israel, a empresa atraiu outros países em 2008: Dinamarca, Austrália, Japão e Canadá; nos EUA, Califórnia e Havaí. Grandes empresas, a exemplo da fabricante alemã de autopeças e pneus Continental, além de gigantes de TI como Intel e Microsoft, também mostraram interesse. Faltava, porém, envolver um produtor de veículos. No Salão de Frankfurt de 2009 a Renault apresentou o sedã Fluence ZE (sigla em inglês para Zero Emissões) adaptado para o sistema de troca rápida de bateria. A solução estética não ficou boa pois desequilibrou a silhueta do carro.

Ideia era expandir tecnologia para vários modelos

Ideia era expandir tecnologia para vários modelos

Ainda assim foi assinado um termo de fabricação de 100.000 unidades para circular em Israel e Dinamarca até 2016. Nenhum outro fabricante se interessou pela solução que seria projetar um automóvel para facilitar a troca de bateria. A própria Renault fez só uma adaptação e conseguiu vender 1.000 unidades do ZE para Israel e 400 para a Dinamarca. Havia outro problema: as baterias eram cerca de 10 vezes mais caras que as de hoje. E qual era o controle do dono do carro sobre o que aconteceria com a sua unidade à base de troca?
O resultado foi o esperado. Better Place faliu em 2013 e US$ 850 milhões (R$ 4,5 bilhões) de capital privado captados no mercado viraram pó.

Agora, com a queda do preço das baterias e uma rede de estações de carga em expansão, principalmente na Europa Ocidental, ninguém mais fala no assunto. A vocação urbana do carro elétrico prevalecerá ainda pelo menos até 2030. A exemplo do recente acordo entre Uber e Renault-Nissan, Zoe e Leaf serão oferecidos a preço especial para motoristas daquela plataforma de mobilidade urbana. Objetivo é atingir, até 2025, metade dos quilômetros rodados anualmente com modelos 100% elétricos em sete capitais europeias (Londres, Paris, Madri, Berlim, Amsterdã, Bruxelas e Lisboa).

Baterias são trocadas pela parte inferior do carro

Baterias são trocadas pela parte inferior do carro

Não espere milagres em curto prazo. Até 2030 especialistas acreditam que a densidade das baterias de íons de lítio pode dobrar. No entanto, recargas ultrarrápidas (de 10% a 80% da capacidade máxima em 15 minutos vista em protótipos) encurtam sua vida útil prevista hoje para 2.000 ciclos completos, ou seja, de oito a dez anos de uso não intensivo. O preço já caiu bastante, porém ainda depende de matérias-primas como o lítio. A aposta é aumentar sua durabilidade nos próximos anos para que a necessidade de reposição diminua.
A solução definitiva e segura, por anular os riscos de incêndio e curto-circuito em recargas ultrarrápidas, é a bateria de estado sólido. Seu preço atual, contudo, é proibitivo pelo menos até meados da próxima década.

ALTA RODA

  • CORRELAÇÃO e diferença de preços entre veículos novos e usados estão-se mostrando fator mais importante na decisão de compra do que se pensava inicialmente. Segundo o consultor Ari Kempenich, pessoas estão evitando o transporte público e procuram adquirir um veículo usado, o que pressiona seu preço. “Esse novo patamar dificilmente voltará à realidade pre-Covid, pois mesmo que o dólar caia muito, o preço dos novos não deverá recuar, o que implica manter o preço dos usados nos patamares atuais”, explica.
  • TRAILBLAZER 2021 chega agora com a mesma frente da S10 High Country, porém duas barras cromadas na grade dão certa elegância ao modelo. Manteve configuração única de sete lugares. Todo o aparato de segurança ativa e passiva é o mesmo da picape, incluindo frenagem automática de emergência e detecção de pedestre. Apenas com motor Diesel, a uma única versão Premier sai por R$ 269.850 ou 13% inferior ao modelo da Toyota equivalente.
  • HONDA Civic Si é um cupê elegante, com muita disposição para acelerar (motor turbo, 208 cv), câmbio manual de seis marchas de engates bastante precisos e capacidade ímpar de superar qualquer tipo de curva. Posição de guiar perfeita. Atrás há bom espaço para pernas e menos para cabeça. Como todo duas-portas estas são algo pesadas e longas, o que dificulta abertura em vagas apertadas. Esse lote faz parte das últimas unidades com câmbio manual importadas do Canadá. Lá, agora, só automáticos.
  • SERVIÇO de assinatura chegou também para o segmento premium e elétricos. Grupo Osten, que atua em São Paulo, Santos e São José dos Campos, oferece o BMW i3 por cerca de R$ 7 mil mensais, por três anos e utilização de 1.000 km por mês. No caso do Jaguar I-Pace, são R$ 11,5 mil mensais, também por três anos e franquia igual.

Fernando Calmon

[email protected] e www.fernandocalmon.com.br

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Fernando Calmon – Better Place fracassou com troca de baterias